Viajar em ônibus é, muitas vezes, um conceito associado por brasileiros como Turismo de baixo nível. Falta o “glamour” das “solenidades” observadas em viagens de avião, e guardadas as devidas proporções até mesmo de uma viagem de navio. Estas sim, popularmente associadas ao conceito de Turismo de alta nível. No entanto, ainda não inventaram outro veículo melhor para um grupo de pessoas possa se locomover com rapidez e segurança por via terrestre.

Por conta de tantas versatilidades que uma viagem de ônibus pode proporcionar, enumeramos aqui alguns pontos que podemos chamar de “mitos e verdades sobre tours em ônibus”. Vejamos:

  1. As poltronas dianteiras são as que proporcionam a melhor vista para o passageiro?  Essa é uma pergunta frequente que passageiros de excursões fazem ao guia de turismo. Já a escutei milhares de vezes em minhas viagens. Uma grande maioria de passageiros defende a tese que as duas poltronas dianteiras, ao lado oposto do motorista, são  consideradas a “primeira classe” do ônibus. Há também os que chegam a simular condições de “prioridade” (por idade avançada, motivo de saúde, ou até mesmo “cara de pau”) para garantir o seu lugar na frente “custe o que custar”. No entanto, há de se considerar que o espaço disponível para as pernas nestes assentos dianteiros é também mais restrito, o que pode ser um considerável fator de desconforto em viagens muito longas. Lembre-se que ao viajar em sentido contrário à luz solar, as primeiras poltronas ficarão sempre expostas à luz e ao calor.
  2. Quando chegaremos ao destino? Outra pergunta “clássica” dirigida a guias e motoristas. A resposta mais correta é “Temos a previsão de horário de chegada para XX horas”! Por mais planejado que seja um roteiro de viagem, há sempre inúmeros fatores que interferem no trajeto. Alguns previsíveis, mas são os imprevisíveis que geram “stress” entre os viajantes. Tenha em mente que no Turismo rodoviário temos sempre hora estabelecida para partida e previsão de horário de chegada.
  3. Tem espaço para guardar mais uma mala minha?  Enquanto as companhias aéreas  incrementam cada vez mais limitações para transporte de bagagens dos passageiros, por questões operacionais, o passageiro de ônibus brasileiro acredita piamente que o espaço do bagageiro dos ônibus é “Infinito”. Uma espécie de “buraco negro” sobre quatro rodas, onde pode-se ir preenchendo com mais bagagens (e pacotes de compras) a cada cidade visitada. Os motoristas adotam em geral o processo de arrumar as bagagens nos bagageiros, acomodando em primeiro lugar, as de maior volume e peso, deixando as menores e mais leves para se sobreporem às maiores. Em 90% dos casos, resolve-se a questão da acomodação das malas nos ônibus.
  4. O uso do toalete a bordo está liberado? Por questões de legislação de preservação ambiental, os novos ônibus são projetados sem toalete a bordo. A tendência da operação moderna é realizar paradas técnicas ao longo do caminho, em geral a cada 2 ou no máximo 4 horas de viagem. Porém ainda existe em operação ônibus equipados com toalete a bordo, e em determinados trechos onde não há pontos de apoio, esses veículos são bastante úteis. O uso do toalete a bordo deve ser vista como medida emergencial. O uso constante vai gerar reflexos ambientais (mau odor, impossibilidade de descarregar os resíduos do toalete em locais inapropriados).
  5. Tem free wi-fi internet a bordo? Nos últimos anos, essa tem sido a nova demanda dos passageiros, cada vez mais conectados nas redes sociais. O sistema de internet depende também do sistema de antenas que disseminam o sinal em determinada região, e estas geralmente se concentram nas grandes cidades. Mesmo em ônibus que dispõem de Free Wi-Fi podem ficar fora do alcance das antenas ao trafegar por determinadas regiões pouco habitadas ou montanhosas. Nestes casos, é melhor esperar para conectar-se na rede Wi-Fi de pontos fixos (restaurantes, postos de gasolina e hotéis) das paradas em viagens.