Uma das constantes situações de frustrações e, em alguns casos de completo desespero, para viajantes em geral é descobrir que o padrão de pinos do plug de tomada elétrica de seu computador, telefone celular, filmadora, ou equipamento médico é incompatível com o padrão de tomada existente no hotel do país estrangeiro que visita.
Fica aquela sensação de que ninguém lhe avisou sobre isso. E o que é pior… essa informação geralmente não consta nos guias turísticos ou sites de turismo em geral. Quando muito, se consegue saber se a voltagem local é de 110 ou 220 Volts; o que já é algum bom começo.
Ao iniciar a jornada pelo “maravilhoso mundo das tomadas elétricas exóticas”, fica a certeza que a solução para o problema pode exigir tempo, sorte e paciência.
Pode-se contar com a sorte que a Recepção do hotel disponha do “plug adaptador” que atenda às necessidades do equipamento em questão, seja para a venda, aluguel ou empréstimo ao hóspede. Caso contrário, perde-se um bom tempo e paciência na busca pelo comércio local do modelo de adaptador que resolva o problema com eficiência e segurança.
Sim… falei em segurança!
Porque em matéria de “improvisação”, o viajante brasileiro é “PhD” em encontrar “jeitinhos” e produzir “gambiarras”…
Aplicadas à instalações elétricas, as “gambiarras tupiniquins” podem causar acidentes graves na rede elétrica local com consequências imprevisíveis!
Em recente viagem de ônibus pela costa oeste norte-americana, um simpático grupo de casais de meia-idade do Rio Grande do Sul volta e meia estavam preparando e bebendo o tradicional “chimarão” a bordo do ônibus, oferecido a todos a bordo. Como guia do grupo, não havia me dado conta de como aqueciam a água para colocar na “cuia”. Mas acabei descobrindo da pior maneira…
O moderno ônibus em que viajávamos era equipado com tomadas de padrão norte-americano nas poltronas, usadas para recarregar pequenos aparelhos celulares ou computadores. Um dos passageiros comprou um plug adaptador de baixa qualidade (modelo “Made in China” mesmo) e o ligou a um pequeno aparelho de resistência elétrica usada para aquecer água. Os gaúchos chamam o dispositivo de “rabo quente”, e com o uso continuado a bordo o plug adaptador entrou em curto-circuito, espalhando pela cabine de passageiros fumaça e cheiro característico de fio queimando.
Para piorar, estávamos cruzando o meio do deserto pela a rodovia Interstate 15, entre Los Angeles e Las Vegas. O ônibus precisou parar no acostamento para que fossem abertas as janelas de emergência e permitir a saída da fumaça, e graças a Deus ninguém se machucou no episódio, prosseguimos viagem e conseguimos chegar ao destino com segurança.
É bom sempre ficar atento e seguir corretamente as instruções de segurança no uso de aparelhos elétricos brasileiros no exterior, verificando a compatibilidade da voltagem (110 ou 220 volts) da rede elétrica local com o equipamento a ser utilizado.
Prefira usar os plug adaptadores de maior qualidade (que geralmente são mais caros) mas tem melhor nível de eficiência e segurança.
Muitos hotéis por aí oferecem nos apartamentos a possibilidade de uso de ferro de passar roupa, que estão preparados para uso na rede elétrica do hotel, evitando que o viajante faça uso de seu ferro elétrico que não seja adequado ao sistema local. Em outros, há salas específicas para se fazer uso de ferro elétrico, disponível aos hóspedes 24 horas por dia. E há também hotéis que tem sistemas de proteção contra o uso de ferros elétricos nos apartamentos, desligando automaticamente toda a rede elétrica ao primeiro sinal de sobrecarga.
Ao viajar, desligue-se dos problemas mas fique sempre “ligado” na segurança.
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